Patioba: 08/2005

quarta-feira, agosto 31, 2005

“Qualquer semelhança é pura realidade”, episódio 6 de N

Passado o episódio lamentável com a loira Cátia, Augusto seguiu a sua vidinha.

Namoradas, muitas, sempre, fazendo jus à sua reputação, e enchendo de orgulho Serafim, ao mesmo tempo que o fazia reviver tempos idos A. Almerinda ria-se dos feitos do enteado, como se ria dos feitos de todos os filhos, mesmo que em alguns casos devesse, ao invés de rir, chegar-lhes a roupa ao pêlo.

Voltando, então, à vida amorosa de Augusto, podia dizer-se que o galã de vão de escada poisava em muitos poleiros, não sendo, no entanto, galo em capoeira nenhuma. Até ao belo dia em que conhece a Mercedes, mocinha de família, que não queria cá essas misturas.

A Mercedes, como todas as outras, caiu que nem uma patinha na conversa de Augusto, que quem o ouvisse falar reconhecia-lhe o mérito da verdade suprema, fosse qual fosse o tema em debate. Era um género de Nuno Rogeiro, mas sem o perfume e o fato.

Porém, com o avançar da relação, Mercedes começou a apanhar Augusto em falso. Aqui ou ali as desculpas para as ausências eram pouco convincentes, pelo que, pôs pés a caminho do peito de Augusto, arremessando-o, violentamente, contra as paredes da moralidade.

Augusto, tomado ainda pela doença, cedeu ao embate e abriu, de par em par, as portas do seu coração. Que sim, que ela não era a única. Fingia que sim, que a situação o incomodava, mas afirmava não conseguir lutar contra os sentimentos.

Mercedes, ultrapassa-o pela direita e assume o controlo. A altura era de escolha: ou ela ou as outras......

terça-feira, agosto 30, 2005

Eu sou muito masoquista....

Quem me manda a mim subscrever a porcaria das newslettres de tudo quanto é operador de viagens???????

E, agora, vou ter que penar até voltar a ter férias, vendo aquelas fotografias que eles insistem em colar nos emails.....


E, amanhã há Lopes, só para castigo.....!

Do bom gosto, em geral....

A Estética sempre foi uma questão amplamente discutida e teorizada em filosofia. Podia citar Kant, de quem tanto gosto e que, de tempos a tempos, passa umas férias na minha mesinha de cabeceira, mas isso era, talvez, armar-me aos cucos.

De juízos a priori está o mundo cheio, resta-nos, usando da inteligência com que fomos brindados, sintetizar a informação, torná-la concreta e sair da nossa concha, abrindo a alma a novas perspectivas e, talvez com isso, crescer um pouco.

Poderia, também, descer ao teu nível, e dar-te um valente e redondo É assim, porque sou eu que vou pagar. Mas, não! Sou muito melhor do que isso!

Dou-te, de badeja, O Príncipe, de Maquiavel, apenas nesta citação Não deve ser, portanto, crédulo o príncipe, nem precipitado, (...) de modo que a confiança demasiada não o torne incauto e a desconfiança excessiva não o faça intolerável , transformando, assim, em alguns adjectivos a tua postura, de forma singela e sem a minha opinião.

Portanto, vou, simplesmente, usar os teus argumentos para fazer-te perder a razão!

Haverá vitória mais saborosa do que esta?????

segunda-feira, agosto 29, 2005

Olha... que peninha tão grande.....



63 pessoas feridas na corrida de touros em S. Sebastien de los Reynes...

É que estou mesmo cheia de pena!

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Imagem daqui

sexta-feira, agosto 26, 2005

Tu querias era um choque eléctrico e num sítio que eu cá sei....

Estava eu na cozinha, a abrir as caixas do jantar, comprado ao cimo da rua, quando ouço, da televisão, as palavras: choque fiscal e incêndios.

A princípio pensei que fosse uma manifestação de pirómanos, esse pobres, vítimas da epidemia que assola Portugal, reclamando alguns benefícios como forma de colmatar o mal de que padecem.

Solidária com as criaturas, corro para a sala, a fim de perceber, ao certo, o que eles pediam.

Afinal enganei-me! Não eram os pirómanos, mas sim os proprietários florestais quem estava a reclamar um choque fiscal, como forma de reduzir os incêndios.

Mas, atenção, que os rapazitos não querem um subsídio, querem, isso sim, e só para eles, a redução do valor do IVA, benefícios no IRS e a possibilidade de compra de gasóleo agrícola para os seus carros, que vigiam as matas.

E isto porquê? Porque, dizem eles, que o preço da madeira não aumenta há 15 anos, mais coisa, menos coisa, pelo que limpar as florestas começa a ser incomportável.

Imbuída deste espírito “choque fiscal”, saí da sala, em direcção ao escritório, para, eu própria redigir uma carta aberta ao Governo.

Exmo. Senhor 1º Ministro,

Venho através da presente solicitar a V. Exa. se digne conceder-me as seguintes facilidades:

- aumento do número de dias de férias para 90;
- redução das taxas aeroportuárias, porque estamos a chegar à fase em que metade do valor das viagens é investido em taxas;
- redução pontual do imposto automóvel para aquisição daquela viatura com a qual sonho há alguns anos;
- isenção do pagamento de portagens, apenas no troço em que me desloco diariamente

Caso estas facilidades me sejam concedidas, o Governo de V. Exa. deixará de gastar uma verba considerável em comparticipação das despesas a seguir enunciadas, a título de exemplo: consultas em psicólogos; medicamentos inibidores de depressão; baixa por doença.....




E vocês..... querem pedir alguma coisa, que anexo aqui....?????????

quinta-feira, agosto 25, 2005

Isto é um supor

Tabus, aparentemente desfeitos. Eles estão os dois na corrida.... que surpresa tão grande.....

A avaliar pela tradição eleitoral, que coloca sempre um presidente da república contrário ao Governo, cheira-me que vai ganhar Sua Alteza “quero, posso e mando”. Custa-me, no entanto, vê-lo numa posição meramente decorativa, entre o promulga e o não promulga, isto, claro, se tiver a sorte de lá chegar alguma coisita.... De qualquer forma, parece-me que ficará lindamente ao lado daquele enorme jarrão Dinastia Ming, ao fundo do corredor, como quem vai para a casa de banho....

Prevendo-se, à partida, algum marasmo lá para as bandas de Belém, Sua Alteza irá, por certo, pedir autorização ao Governo para se ausentar do país, em visita de estado, naturalmente, acompanhado de uma reduzida comitiva de apenas 70 ou 80 influentes personalidades, que o país está de tanga.

Agendada está, já, uma visita aos Estados Unidos, que incluirá almoço com Bush e sus muchachos. E, isto preocupa-me. Não por se juntarem dois valentes parvalhões na mesma mesa e, assim, potenciarem a emissão de barbaridades, em forma de verborreias. Preocupa-me, sim, porque isto vai criar um incidente diplomático sem precedentes na nossa tão profícua história. Senão, vejamos:

Está George W. Bush sentado ali, naquela cadeira no topo da mesa, e Sua Alteza aqui, neste topo. O almoço decorre calmamente, apesar de alguns telefonemas urgentes do FBI e da CIA. Sua alteza não recebe telefonema nenhum, que o SIS não pode telefonar para o estrangeiro – contenção de custos – estando, também por isso, suspensa a premissa constitucional de declaração de guerra.

Bom, decorre, portanto, o almoço, os dirigentes trocam impressões com as pessoas mais próximas, até que Bush interpela Sua Alteza sobre um qualquer assunto. Estando, cada um no topo da mesa, Sua Alteza terá que projectar a voz par se fazer ouvir e, está bom de ver, não projectará apenas a voz, porque acompanhado do “yes, mister president” irá, também, um valente pedaço de tapioca pudding.

A confusão instala-se, o FBI invade a sala, Sua Alteza é retirada para uma cave escura onde será interrogada horas a fio, isto, enquanto na Sala Oval Bush, visivelmente combalido, declara ao mundo:

Democracy was violently threatened today. My government will not tolerate this. The terrorists must pay for their actions. The great nation of the United States will, from this day forward, declare war to Portugal. And this war won’t end until one single person from that African country is alive……

quarta-feira, agosto 24, 2005

“Qualquer semelhança é pura realidade”, episódio 5 de N

A família Lopes vestiu os seus melhores trapinhos e encaminhou-se para a igreja. Era o baptizado do Sebastião, o único filho do Manel, irmão da Almerinda.

Todos compenetrados, lá tentaram dar alguma atenção ao que o Senhor Prior dizia. Em vão. Completamente em vão. Porque, quando o momento obrigava a seriedade, a família da Almerinda não aguentava a pressão e explodia em sonoras gargalhadas, com ou sem motivo.

Depois de um reparo ou outro do padre, acolhida a criança no reino de Deus, a cerimónia lá terminou e foram todos para o repasto, na Quinta da Família, nome carinhoso atribuído ao barracão clandestino do Rolim, marido da Cinda, irmã mais velha da Almerinda.

Corria tudo bem. Muito vinho, muita comida, animação. Música a condizer. Estavam todos felizes. Estas reuniões eram, sempre, motivo de grande gáudio para todos.
Eis, senão quando, já a meio da tarde, o Augusto entra, porta dentro, com a Cátia, a loiraça, apresentada no episódio 2. A tal, que, aos olhos de Augusto, muito afectado pela doença, era boa como o milho, apesar de, para todos os outros ser nada mais nada menos que um travesti com peruca loira.

Ainda nem Augusto tinha acabado de apresentar a Cátia aos parentes, já a Rosa e a Cinda, irmãs de Almerinda, estavam a atirar croquetes e rissóis à criatura. Diziam, à boca pequena e lavadas em lágrimas de tanto rir: “aquele c*** está a gozar com a nossa cara. Atão não se vê que é um gajo, o filho da p****” e lá continuavam, a disparar iguarias na sua direcção, aguardando, apenas, que Serafim deixasse de fazer sala à pequena para se engalfinharem com ela, aplicarem-lhe um valente enxerto de porrada, descobrindo-lhe, desta forma, a careca, o mesmo é dizer, repôr a verdade dos factos.

Entretanto, Serafim, comprovado macho, perante tamanhas saliências no peito da moça, ficou com a visão turva e continuava, entusiasmado, a sua amena conversa com Cátia.

Manel, já impaciente, convida Cátia para dançar, tendo, antes, prometido às irmãs que apalpava o órgão reprodutor da criatura, por forma a comprovar a sua masculinidade. Apalpão ao qual se seguiriam, naturalmente, monumentais bordoadas, ou não estivessem todos já de mangas arregaçadas.

Cátia, até então distraída, no momento em que é convidada para dançar apercebe-se do cozinhado, avisa Augusto que se vai retirar e desaparece, qual cinderela.

Miguel, visivelmente preocupado com o irmão, tenta fazer-lhe ver a luz, explicando-lhe que a Cátia era um homem, que todos tinham reparado nisso menos ele, facto que o colocava numa situação embaraçosa.

A conversa prolongou-se por horas, com Miguel e Augusto a esgrimirem, cada um, os seus argumentos. A coisa até parecia estar a funcionar. Miguel já pensava que o irmão lhe dava ouvidos e tinha reconhecido o erro quando Augusto remata com a mais deslavada mentira, dando a ideia que já teria havido algumas intimidades entre os dois e que a mocita até se tinha saído bem. Miguel desistiu, desesperado pelo avanço da doença de Augusto...

terça-feira, agosto 23, 2005

A Hipérbole

“(...) Depois de uma noite de viagem para Palma de Maiorca (...)” – Foste a nado???, não me digas!!!!!

“(...)o quarto ficava por cima da casa das máquinas e a meio da noite até tiveram que chamar o médico porque eu não conseguia respirar com o calor(...)”

segunda-feira, agosto 22, 2005

Um sotão, com vista sobre a planície

Há sonhos que nunca chegamos a realizar. Há uns que deixam de fazer sentido, por isso, perdem o estatuto. Depois, há outros que guardamos para mais tarde. Esses, sim, temos que concretizar.

Na minha gaveta dos sonhos está um, prestes a tornar-se realidade: um quarto, no sótão, com vista, até onde a vista alcance.

E, porque “o Homem sonha, a obra nasce”, mas alguém tem que a fazer.... recebi, no sábado, mais um empresa para avaliação do local e orçamento.

Fui logo avisando que sabia concretamente aquilo que queria, não fosse dar-se o caso, como sucedeu anteriormente, de a minha ideia ser transformada em 15 mil contos de obra, parte deles desviados para uma casa de banho completamente construída em mármore, estilo Art Nouveau, que, apesar de o orçamentista ter visitado a minha modesta casita e ter reparado que o mármore não fazia, de todo, o meu género, insistiu em projectar.

A certa altura, ao explicar, como queria a minha pérgola (um
exemplo, para quem não sabe o que é), recebo uma careta. Uma valente e monumental cara feia do Exmo. Senhor Pato Bravo que me vai dar o orçamento.

Porque aquilo que eu queria (pilares em alvenaria, estrutura superior em madeira) ficava FEIO, que se a casa fosse dele faria tudo em madeira. Expliquei ao senhor que as madeiras de exterior são exóticas e nada me garantia que não fossem, clandestinamente, cortadas da Amazónia, por isso queria eliminar, ao máximo, as madeiras. Que não, que as madeiras dele vinham da Alemanha e que ficava feio aquilo que eu queria e mais umas caretas e que se fosse dele..... até que fui obrigada a perguntar-lhe se conseguia fazer a obra, mesmo se esteticamente não estivesse de acordo. Descansei. Disse-me que sim.

Mais à frente, um novo reparo. Deve ter percebido pelo meu arregalar de olhos que estava, talvez, a alongar-se, mas, mesmo assim, continuou, embora numa versão mais light. A verdade é que continuou. Estava eu quase a dizer-lhe o que pensava dos proprietários de Mercedes, nomeadamente daqueles que, para além da falta de gosto de ter a viatura ainda lhe pespegam com fitinhas de tule, e as deixam ficar, passado o casamento, quando ele rematou o raciocínio com um brilhante “gostos não se discutem”.

Safou-se!

Hoje, vou ao escritório dele, ver trabalhos que fez, relacionados com aquilo que eu quero. A avaliar pela pinta dele...... presumo que vá encontrar uma pérgola com uns leões, ou águias e uns quantos de dourados, aqui e ali.....

E como gostos não se discutem, vou ter que dizer que sim, muito giro, mas preferia nos moldes em que indiquei, se não se importar, frase acompanhada do sorriso 35, o mesmo é dizer, ó burgesso, só te pago para me dares opiniões sobre a qualidade dos materiais.....

sexta-feira, agosto 19, 2005

Tragam as castanholas.....

Estava eu aqui cheia de crises existenciais por não ter ideia nenhuma, nem brilhante, nem fundida (mesmo!), para escrever um mísero post, quando decido que tenho que telefonar para uma empresa para saber uma morada.... não interessa nada, coisas de “gaija”..... e decoração e assim....

Bom, seria, já, o segundo telefonema, porque o primeiro não tinha resultado em nada!

Vai daí que marco o número.... 800 qualquer coisa, qualquer coisa.... e volta a atender-me o rai’s parta da espanhola!

Eu volto a perguntar, em BOM PORTUGUÊS!(porque me recuso a falar espanhol com aqueles imbecis, pois se um árabe e um moldavo conseguem aprender.......) volto, então, a fazer a singela pergunta: qual é a morada da loja em Portugal? isto porque presumi que se dissesse: olhe, telefonei ontem e a sua colega que me atendeu disse que tinha que ligar depois das 6h porque a pessoa que trata de Portugal só estaria a essa hora....” levaria com o fantástico e célebre “ no te entiendo” ... se não é assim que se escreve, é um bocadinho mais ao lado....

Perguntei, então, onde ficava a loja em Portugal, e recebo como resposta, em espanhol, claro, mas vou traduzir....: Portugal fica em que província?

E eu, que gosto tanto de espanhóis... é assim como que um “amor” de estimação....., só consegui desatar-me a rir no ouvido da senhora.... ! Agradeci e desliguei!

Por acaso é pena, porque aquela pérgola até ficava bem lá em casa.... mas, vou ter que “roubar” o modelito e mandar fazer cá mesmo! Azar!

.......

Ahhhhhhhh! E escusam de vir já defender os fracos e oprimidos! Nunca fui mal tratada em Espanha e são simpáticos e tudo o mais que vocês todos disserem OK??????????

É que nem penses nisso

!

quinta-feira, agosto 18, 2005

Ai a chatice.....

Queres um filho? Faz!
Ahhh, já não podes... querias mesmo era um neto....
Pois, pergunta ao teu outro filho quando é que pensa nisso!


Às vezes sinto-me um bilhete de autocarro, obliterada!

....

quarta-feira, agosto 17, 2005

Os concursos, os super descontos e outros que tais....

Muito me inquieta a predisposição existente em determinadas pessoas para se conduzirem directamente ao abismo do consumo.

E, esta predisposição verifica-se nos mais variados cenários ou com todo e qualquer bem de consumo.

Vejamos, então, a vertente concursos:

Vinha, hoje, a ouvir no rádio um concurso cujo prémio era uma t-shirt (?!!!) de um dos 3 “grandes”clubes de futebol. Os concorrentes enviam um sms com as iniciais do clube de preferência, uma das sms é escolhida e o vencedor, para o ser, de facto, ainda tem que cantar o hino de outro clube de futebol, que não o seu. Em directo, mesmo desafinando, mesmo furando os tímpanos ao incauto ouvinte!

Também hoje de manhã, não sei se nessa rádio, se noutra, os concorrentes tinham que gritar “Golo”, de um só fôlego. Prémio - um jogo playstation de futebol...... para aquele que aguentasse mais tempo o “ooooooooooooo” sem respirar.......


Tragam, agora, um carrinho de supermercado e vamos espreitar os super descontos. Vá, façam lá as comprinhas - atenção que aquele quiosque com tostas e queijo não é um restaurante! É só para promover uma variedade de queijo com essência de água de rosas, OK? É favor pegar numa tosta e continuar as compras! Agradecida! No fim dirijam-se à caixa..... a que tem menos pessoas é a 4, coloquem o material no tapete e esperem que a senhora dê uns selos minúsculos para colocarem na caderneta.....

São para quê, os selos? Para comprarem um trem de panelas ou um faqueiro. Por cada 5 euros de compras têm um selo, depois, é só juntar, de acordo com os objectos que pretendem e pagar a diferença. Por exemplo, uma frigideira são 4 selos (20 euros em compras) mais 15 euros em dinheiro.... e já está! Artigo comprado, por um preço imbatível! 35 euros! 7 contos!

Depois, é chegar a casa e colocar a frigideira ao pé das outras panelas e tachos e reparar, como que por magia, que não combinam. Acende-se, então, a luz do abismo consumista e conclui-se que o melhor é comprar o resto do trem. Toca de voltar ao supermercado, como se não houvesse amanhã, para comprar tudo aquilo que faz falta e, também o que não faz, porque urge juntar os selos antes que termine a campanha.

Eu só gostava é de perceber porquê....

terça-feira, agosto 16, 2005

E hoje, lá fui às finanças!

Depois das buscas de sexta-feira passada, consegui perceber que as referências multibanco são emitidas por um qualquer computador que ganha, de tempos a tempos, vida própria, e que ninguém sabe onde se encontra nem como se desactiva.....

Percebi, também, que já tinha sido notificada duas vezes para efectuar aquele pagamento, no entanto, não sabia de nada..... é daqueles milagres à portuguesa......

Face a isto, lá fui, hoje, à repartição de finanças, com o esboço da reclamação já feito porque, desta vez, não me apetecia deixar passar em branco!

Como se não soubesse de nada daquilo que atrás descrevi, dirijo-me à secção do IVA, para aferir se aquele valor ainda estaria correcto, tendo em atenção a diferença de dados existente na internet e naquele aviso... o funcionário investiga e garante que o valor está correcto. Nesta sequência, pergunto-lhe, então, porque tenho que pagar juros de mora se nunca tinha sido notificada antes. Nem é pelo valor, 0,83€! É só porque me parece injusto pagar por um erro que não cometi!

Consultado o processo, das duas vezes que fui notificada antes as cartas tinham sido devolvidas - morada desconhecida! Mais um milagre à portugesa....

Posto isto, diz-me o funcionário das finanças que o valor que tenho a pagar nem é aquele que está inscrito na cartita deles! É superior! Olhando para o meu ar de "tirem-me deste filme" diz-me, somente, para pagar aquilo, que, em princípio não me voltariam a contactar.

Reforcei o ar "tirem-me deste filme" não pedi o livro de reclamações, dirigi-me à tesouraria, paguei e estou, ansiosamente à espera que me voltem a escrever....

Depois, reclamo tudo de uma vez, que este esboço vai ser apensado ao restante processo!

“Qualquer semelhança é pura realidade”, episódio 4 de N

Serafim aguardava que o chamassem para comparecer perante o Sr. Juiz. Era acusado de ter aumentado a casa sem a devida licença. Tal facto nem é de estranhar, uma vez que Serafim é daquelas pessoas para quem as leis são uma coisa inventada por imbecis (não estará muito longe da realidade) para outros imbecis cumprirem. Tendo-se numa conta superior ao valor de mercado do “supra-sumo da batata”, naturalmente, não teria que ter pedido licença nenhuma. Mais a mais chovia-lhe dentro de casa, há já alguns anos, é verdade, mas algum dia tinha que ser, a obra tinha que ser feita. Depois, a licença demorava muito tempo e ele, desocupado há vários anos, não tinha tempo a perder!

O aviso do tribunal ameaçava com multa pesada. Quando toca a dinheiro, Serafim não deixa por mãos alheias. Aliás, tem uma conta bancária só dele, que ninguém da família sabe em que banco está, não vá algum dos filhos ou a própria mulher lembrar-se de lhe surrupiar o dinheiro e aplicá-lo em alguma coisita para benefício próprio. Por isso, está bom de ver que não fazia intenção de assumir uma postura de reconhecimento de culpa perante o juiz. Levava, claro está, o discurso bem preparado. A mim ninguém me apanha, que eu sou mais esperto que vocês, pensava para os seus botões. Serafim valia-se da provecta idade para dar ares de desamparado – afinal, sempre tinha quase 80 anos, não obstante o facto de apresentar uma compleição física de fazer inveja a muitos jovens de 60.

Chegado a casa, ninguém percebeu o que se passou no tribunal. Serafim só contou aquilo que lhe era conveniente:

- Eu disse ao juiz que tinha tido um AVAC e ele perdoou-me a multa!, explicava.

A linguagem técnica de medicina deixou todos baralhados. Que raio será um AVAC....

Se foi assim ou não, nunca chegaremos a saber, uma vez que o juiz não está autorizado a falar sobre o processo, apesar da minha insistência (!!) e o Serafim não se descose. A verdade é que o papel que Serafim trouxe do tribunal é esclarecedor: ARQUIVADO!

sexta-feira, agosto 12, 2005

E o dia começou bem.....

Fiz umas quantas declarações de IVA incorrectas, há uns anitos atrás. Não me entendo mesmo com números! Por isso, fiz a primeira, as despesas eram sempre idênticas, e fui copiando pela anterior. A determinada altura enganei-me numa conta – o que em mim não é defeito, é feitio! – e, a partir daí, todas as declarações passaram a estar erradas.

As Finanças detectaram o erro numa delas e escreveram-me, para acerto de contas. Lá fui, levando a declaração de IVA por eles indicada e as seguintes, que assim tratava de tudo ao mesmo tempo. Logo na altura fiquei “boquipasmada” (como diria Mia Couto). Só poderia regularizar a situação da declaração constante do aviso. Em relação às outras...... restava-me aguardar a citação, por carta! Atirei-me para o chão a rir, claro está! Mas fiz aquilo que me pediram

2 anos depois.... lá chega o aviso para regularização de uma das outras declarações. Direitinha à caixa multibanco..... surpresa.... a referência multibanco está errada! Sobem-se-me os azeites e toca de ligar à repartição de finanças para saber o que se passava e de que forma eu poderia resolver a situação.

Pois.... “temos pena!”! Não posso resolver sem ir à repartição de finanças. E já agora, pergunto eu, quem é o serviço responsável pela emissão dos documentos? Pois que o funcionário não sabe, porque só trabalha na tesouraria. Pelo menos sabia o nº de telefone para onde eu podia ligar. Telefonei!

Agora esperem um bocadinho, que vou só ali gritar e já volto!

Bom, telefonei e o senhor informa-me que não é ali que são passadas aquelas declarações, EMBORA TAMBÉM NÃO SAIBA ONDE SE PASSAM! Não faz mal, eu descubro!, penso, para os meus botões. Informou-me, também, que não é a primeira vez que isto acontece e que a culpa deve ser da SIBS! Alguém tinha que ter culpa, está bom de ver..... Toca de telefonar à SIBS. Vão averiguar e depois entram em contacto comigo!

Entretanto, continua a busca pela descoberta do autor da declaração. Que eu chego lá, não fosse eu teimosa por herança do lado paterno!

10 chamadas telefónicas depois, fartinha de ouvir a mensagem – e atentem bem nesta pérola da expressão oral: “Devido ao elevado número de tráfego que neste momento estamos a receber, prevemos que o tempo de espera seja superior ao desejado. Por favor, tente mais tarde.”, lá consegui que me atendessem. Claro que me deram outro número para ligar.......

Só um bocadinho que agora estou com palpitações...... tenho que tomar o comprimidinho!

Muito melhor, agora! Liguei, então para o outro número e, mais uma vez, não era ali que o meu problema iria ser resolvido.... e porque é que isto não me espanta. Tenho, portanto, que voltar a telefonar para o call center, o tal que me encaminhou para este último número e continuar a ouvir, como se de uma penitência se tratasse, a famosa mensagem atrás transcrita!

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À laia de meia conclusão, porque ainda não tenho nada resolvido:

- passei a manhã ao telefone (gastei dinheiro em telefonemas e não produzi nada);
- ocupei, pelo menos, 3 pessoas diferentes, com uma questão que não lhes dizia respeito - o que se transforma em "não produção" da parte deles, logo em recusrsos mal aproveitados;
- Vou ter que me deslocar a uma repartição de finanças para pagar o bem dito do documento - logo, gastar combustível, pagar parque, sair do trabalho em horário de expediente - logo, poluir, consumir recursos e, mais uma vez, não produzir nada no meu local de trabalho!;
- A pessoa que deu ordem ao computador para emitir a referência multibanco produziu com erro, logo, não produziu - o que implica uma "sobrecarga" de produção num qualquer outro colega, levando isto a duplicação de trabalho - trabalho ineficiente, logo "não produção".

Se eu, ao menos, soubesse fazer contas, já deviam estar aqui umas quantas centenas de euros. Se multiplicarmos isto por mais alguns contribuintes.....

E porquê isto tudo? Porque sou daquelas pessoas que não se cala! Sim, porque isto não é só criticar e depois, quando nos bate à porta, comer e calar! Não! E, terminada esta história, vai haver lugar a reclamação no livrinho criado para o efeito e mais carta registada com aviso de recepção! Pode não dar em nada, é o desfecho mais provável, mas, ao menos, fico de consciência tranquila, porque fiz aquilo que estava ao meu alcance para diminuir a inépcia desta coisa a que alguém chama país!

quinta-feira, agosto 11, 2005

Nós somos os melhores!

Não há quem bata os portugueses no topo das estatísticas!

Ele é nas reprovações em matemática, ele é na iliteracia, ele é nos índices de leitura, ele é nas empresas ineficientes, na fuga aos impostos, nos piores cuidados de saúde, nas piores estradas e et cetera e et cetera e et cetera....

Durante 10 anos, o orgulho nacional era estarmos à frente da Grécia, recém entrada na UE. Nesta altura Portugal não era o Uganda, nem um oásis, muito menos a República das Bananas e os políticos apressavam-se a comparar a nossa inépcia com o ligeiro atraso dos gregos.

Alguns anos depois a Grécia lá vai, ganhando terreno, e nós, sempre com o estigma do “orgulhosamente sós”- estranho Édipo este, que o pai já morreu e a malta ainda não almoçou...- personificámos a República das Bananas!

Mais uma vez Portugal é notícia pela negativa: dos cinco países do sul europeu, foi em Portugal que o fogo consumiu uma área de floresta superior à média anual desde 1980. Somos grandes! Que nós não fazemos fogueritas! Quando fazemos, fazemos em grande!

Abram o peito e gritem de orgulho: Que bom é ser português!

Raios partam a sorte....., com tantas fatias de bolo rei, logo havia de me calhar a fava.....

quarta-feira, agosto 10, 2005

“Qualquer semelhança é pura realidade”, episódio 3 de N

Deixando para uma próxima oportunidade o esmiuçar do episódio da loira, que está ainda em fase de criação, atentemos hoje no personagem Xico Lopes.

- Tou, mãe, sabes com quem é que tive ao telefone agora?, pergunta o Xico.
- Com quem?
- Com aquela senhora ali da papelaria.
- E ela ligou-te porquê?
- Ela não ligou para mim, ligou para a linha. Queria saber se o marido andava mesmo com outras. E contou-me a vida toda dela, que está cheia de dívidas e mais não sei o quê.... foi giro!
- E tu o que é fizestesss?
- Olha, disse-lhe para esperar que ia acender uma vela e para ela fazer umas rezas...
- Ai o C##### do puto, que é mesmo doido.
- Ela ficou quase uma hora plantada ao telefone. E sempre a encher penico. Se já tinha dívidas agora então... deve ter uma conta de telefone de uns 500 ou 600 óros. Quero lá saber, paga-me o ordenado...



Xico Lopes, conhecido entre os amigos e na família como o Xico Esperto trabalha agora na linha de valor acrescentado da Mádame Sárita, “Concertamos a sua vida, mal de amor, dinheiro, saúde e o mais que se lembrar. Nos casos difíceis, vamos ao domicílio”, pode ler-se no anúncio do jornal, assim mesmo, com erro e tudo!. É um trabalho complicado, apesar de não exigir muitos conhecimentos técnicos, obriga a uma imaginação desmedida. Xico, fazendo jus à alcunha, decidiu agarrar o desafio! Também, já tinha alguma experiência anterior. Antes deste honesto trabalho tinha vendido sexo telefónico. Mas, não raras vezes houve necessidade de imitar voz de mulher e aquilo cansou-o, porque a portentosa voz impedia-o de fazer a coisa com a perfeição desejada!

Agora sim, estava a praticar o bem, como ele dizia, mesmo que isso esvaziasse os bolsos a quem o procurava. Mas, também, que mal fazem umas oraçõezitas???? Até porque ele, ao domingo, sempre que tinha folga, lá ia, pedir a benção ao senhor padre...

terça-feira, agosto 09, 2005

“Qualquer semelhança é pura realidade”, episódio 2 de N

Domingos estava atónito. Augusto tinha subtraído à sua carteira todo o dinheiro lá existente. Ainda por cima, com o descaramento de deixar aquele bilhetinho, ali, ao lado da Pierre Cardine da Feira de Odivelas dizendo tão somente: “Desculpa, mano, mas os amigos são para as ocasiões”.
Domingos não teve alternativa se não ir trabalhar assim mesmo. A caminho da oficina fazia uma paragem no multibanco. Mas, Augusto não perdia pela demora. À noite, quando chegasse a casa, iria dar-lhe umas quantas berlaitadas e galhetas.

Infelizmente, não seria nessa noite, nem na seguinte. Augusto não dormiu em casa até o dinheiro se acabar. Quando regressa, naquela sexta-feira à noite, Domingos já está pelos cabelos. Na carteira tinha o dinheiro dos ganchos do fim de semana, o que lhe daria para comprar mais umas velas e uns pistons e outros que tais, para desenrascar alguém em pós-laboral e , assim, juntar uns cobres ao magro ordenado de mecânico numa marca conhecida.

Mal Augusto tenta articular um singelo “boa noite”, já Domingos avança, qual cão raivoso, na sua direcção, com o linguajar igual ao da mãezinha querida, que isto quem sai aos seus....:

- Ó seu ganda c####, (está melhor assim, Asterisco?) atão não sabias pedir-me o dinheiro?
- Qual dinheiro? Mas tu tás-te a passar ou quê?
, pergunta Augusto.
Quase a aviar-lhe dois bofetões bem pespegados, que homem que é homem não se fica e macho que é macho resolve tudo com conta (uns quantos), peso (3 ou 4 quilitos) e medida (de uma mão fechada ou um pontapé lá para os lados do planeamento familiar!), Domingos continua a esgrimir argumentos com o irmão. Muita parra e pouca uva, apanágio, também da latinidade do macho, acabam por chegar à conclusão que Augusto estava a passar por mais uma daquelas crises.

As crises, diagnosticadas pelo médico de família, uma espécie de curandeiro para todos os males, era de epilepsia. Ainda que Augusto nunca tivesse demonstrado qualquer sintoma daquela doença. De qualquer modo, como o Adelino, o médico, disse, é verdade absoluta e não se procura segunda opinião, que isso só ia baralhar mais a cabeça do coitadito do Augusto, já para não falar da Almerinda, que para ela o que diz o Adelino é lei e do Serafim, que ainda não se conseguiu convencer que o seu próprio pai não foi desta para melhor por ter consultado um médico. Tivesse ele, o sogro, uma jóia de senhor, ido ao endireita, um veterinário com dons de alquimista, e ainda hoje cá estaria, pensa muitas vezes a Almerinda.

Voltando, então, ao assunto do episódio de hoje, o desvio de dinheiro do Augusto foi perdoado, porque o rapaz não estava nele, como explica a Almerinda, e o assunto trancado a sete chaves, naquela gaveta onde já estão outros episódios desta crise, como aquele em que Augusto vai à discoteca com o blusão de cabedal do Miguel e o deixa lá, como forma de pagamento, ou aquele outro em que o Augusto, muito afectado pela doença, apresenta à família a Cátia, um homemzarrão, de peruca loira, “boa como o milho”, nas suas doutas palavras! Tudo trancado!

segunda-feira, agosto 08, 2005

Um vez por ano, em forma de promessa, sai-me na rifa....

Sexta-feira, ao final da tarde arranco para o Algarve. Destino nunca escolhido por mim para descansar, até porque os pressupostos “descansar” e “Algarve” são, por si só, contraditórios. Não posso, naturalmente, englobar nestas premissas todo o Algarve, refiro-me como é óbvio ao Algarve de praia, de turismo.

Logo aos primeiros quilómetros, já na A12, uma chamada de telemóvel, em forma de GPS. Que devia sair em Grândola e ir pela estrada antiga, porque estava muito boa e dava para andar à mesma velocidade da auto-estrada. Pareceu-me estranho..... esta ideia esvazia o conceito de “auto-estrada”. Cheguei a pensar que tivessem roubado as placas sinalizadoras.... bem possível, nos dias que correm..... O GPS, muito avançado, informou-me, também, que deveria jantar em Canal Caveira......

Algum tempo depois novo telefonema, de um outro GPS.....que devia ir pela A22....

Porque sou boa rapariga.... decidi jantar mesmo em Alcácer, no Restaurante Porto Santana, onde vou sempre que passo por aquelas bandas, alambazar-me nas migas com entrecosto! Quanto à estrada que segui..... parece-me que é óbvio para quem me costuma ler..... auto-estrada.....

A alvorada do dia seguinte surgiu em forma de “olha que tu apanhas!!!”. Mesmo estremunhada, percebi que não era comigo.....

Arranjadas as crianças do GPS que indicava a A22, saímos de casa para nos encontrarmos com o GPS Estrada Nacional e mais a sua criança (bem vistas as coisas era o IC qualquer coisa, facto que, agora é completamente irrelevante!). Tendo em atenção que eram 11h da manhã, a criança do GPS EN tinha que ir almoçar e dormir..... os restantes foram para a praia, que a hora é convidativa..... Felizmente consegui convencer o pessoal que o melhor era almoçarmos, uma vez que tínhamos estado quase uma hora, às voltas, para estacionar a viatura.

Às 3h, estamos sentados na praia, arrumada a geleira, aberto o guarda sol e besuntadas as crianças com camadas herculianas de protector! Entretanto, disfarçadamente, deixa-se cair a ideia de que praia só depois das 5h, que o sol está perigoso.... Às 4h chega a família EN. O rebento, como qualquer criança de ano e meio, rapidamente se assemelhava a um croquete. Embora por pouco tempo, pois os seus zelosos progenitores num ápice, numa compulsão desmedida, como se a criança estivesse engasgada, tratavam de correr ao mar, os dois, para, com roupa e tudo, lhe removerem todos os grãos de areia. Três mudas de roupa e de fralda depois, finalmente, saímos dali para fora, que já estava farta de fazer castelos e bolos e tudo o mais para entreter crianças alheias....

Entretanto, o GPS EN parte, de regresso a Lisboa, os restantes vão jantar. Os herdeiros do GPS A22 queriam, porque queriam, ir à “féta”..... felizmente já tinha acabado..... poupei-me, assim, de ouvir um qualquer Felisberto e o seu acórdeão. Já em casa, é hora de lavar dentes, vestir pijamas e convencer as crianças a irem para a cama..... tarefa difícil, em especial com o pai ausente. Surge, então, o argumento imbatível, vou contar a história do Noddy..... o sorriso é de orelha a orelha. Pareceu-me um bom presságio, não fosse o sono das crianças tardar em chegar... pelo que carreguei no botão repeat mode! Estava tudo mais para lá do que para cá, chave à porta, eis que entra o pai! Uma hora de “trabalho” à vida, que o pessoal quer mesmo é galhofa. Passei a pasta.... quem os tem que os ature e fui dormir!

Domingo, santo domingo! Pequeno almoço tomado, distribuição de “sacode moscas” aqui e ali, que isto de marcar território vale para todos os lados.... e, é hora de arrancar porque amanhã é dia de trabalho.....

Podia ter sido pior. Até nem correu mal. Livrei-me da sardinhada e de outros hábitos, espero que perdidos, ou, pelo menos, adormecidos.

Para o ano há mais! O próximo fim de semana vai ser em grande, com o clã desta amiga ....

sexta-feira, agosto 05, 2005

A ver se isto acalma!

Depois do mega êxito do post "Eizios que regressam" e do "Conversas de doidos" e para ver se isto acalma um bocadinho, poque este blog parece uma repartição de finanças no último dia de entrega do IRS e porque a minha vida não é blog e presumo que a vossa também não....., dou hoje início à blogotragicomédia "Qualquer coincidência é pura realidade!" Não tem gémeas que se encontram ao fim de 30 anos nem a petit vache que lixa a vida a toda a gente.

Corre o pano....

Os Lopes são uma família completamente banal, como milhares de outras famílias portuguesas.

Comecemos, então, pelas apresentações:
Temos a Almerinda Lopes, casada com o Serafim Lopes, de cuja união resultaram 4 filhos. Quer dizer 3. Um deles, o primogénito, Augusto de seu nome, é só filho do Serafim. Depois, em escadinha, vem o Miguel, a seguir o Domingos e, por fim, o mais novo, o Xico, muitas vezes chamado pelos que o conhecem de Xico Esperto, pela vidinha fácil que leva, mas isso é assunto a desenvolver mais adiante!

A Almerinda e o Serafim são pessoas simples. O Serafim, por exemplo, pensa que tomar banho gasta a pele. Por isso é tão difícil estar ao pé dele. No verão ainda se vai passando por água, com Presto, porque também não se lava a roupa com sabonete. Mas no inverno, que o frio aperta, água.... nem vê-la. Os filhos pensam que tem esta teoria porque é forreta e não quer gastar dinheiro com electricidade, água ou a comprar aquecedores. Apesar de tudo, não tem qualquer problema em banhar-se com whisky. Tira-lhe as dores nas pernas, diz ele. Do mesmo modo que a lixívia lhe tira as dores dos ouvidos.

A Almerinda é o tipo de pessoa, fazendo jus à sua origem minhota, que em cada seis palavras que lhe saltam boca fora, sete são asneira, daquelas cabeludas. A voz esganiçada, digna de uma “cantora” de rancho folclórico, sempre uns decibeis acima do permitido pelo Decreto-Lei 292/2000 garante-lhe público num raio de 500m. Como naquele dia, em que tinha pedido ao Serafim para lhe pregar um prego na parede. Já era a quinta ou sexta vez que requisitava os seus préstimos e o Serafim nada. À sétima, a Almerinda não esteve com meias tintas:

- Pões ali o c***** do prego ou não, f*****, c***** do filho da p**** do homem, que já lhe pedi esta m***** há um c***** de tempo e não se mexe. F******.....

O Serafim não se chegou à frente, mas o primo, da casa ao lado, veio a correr e trouxe o martelo.

quinta-feira, agosto 04, 2005

.......

Há, ainda, aquela história da mãe que vê a filha na praia a nadar, um bocado aflita e lhe grita:

"rien, Marie, rien!"


O prestimoso contributo da Just me

Conversa de doidos!

- Cada país tem os taxistas que merece. Os de cá são um perigo para os carros e para os peões! Ao menos os taxistas em Inglaterra, para além de educados são autênticos guias turísticos e até falam inglês! Todos falam inglês!

quarta-feira, agosto 03, 2005

Eizios, que regressam!

- Tu vem devagar, Quim Zé, diz a mãe, preocupada.
- Não te preocupes. Tranqilo e bem xeguro!

Os quilómetros são muitos. Dali a dois dias, Quim Zé estará de volta ao seu país.

Entretanto, pelo caminho, vai animando a distância com os êxitos da Agatha, da Romana e do Quim Barreiros.

Lá atrás, no meio dos cobertores, almofadas, geleira de praia e da piscina insuflável vão os enfantsÁná e Vitór – Ainda pensaram dar nomes estrangeiros aos rebentos. Oscilaram entre Pauline e Jean ou Charlotte e Thierry, mas depois acharam que os velhotes iam ter dificuldade em pronunciá-los. Assim, têm nomes portugueses, com pronúncia francesa, como está bom de ver!

Áná e Vitór vão distraídos, a ver um DVD que o pai, à última hora, acoplou ao Aude cheio de extras.

Mal passam a fronteira portuguesa deixa de ser possível conter a emoção. Quim Zé começa a buzinar a todos os carros que passam, como que dizendo-lhes: J’arrive, j’arrive!

Entretanto, para mostrar que é português, tira, do encosto de cabeça, a bandeirola, comprada durante o Euro, e pendura-a no retrovisor. Só para não haver dúvidas.

De Vilar Formoso à sua terra são ainda alguns quilómetros. Quim Zé decide parar na estação de serviço para esticar as pernas e deixar os enfants correr.

Abre a porta do carro. A Romana continua a explicar que, afinal, aquele rapaz não é homem para ela, enquanto Quim Zé pega no telemóvel e liga à mãe:

- Tou, já tou em Portugal. Parámos aqui na station de service para descansar. A Ána e o Vitór estão nos balançoires a brincar. A Dina foi aos toilettes. Daqui a duas horas já estamos aí. Je t’embrasse, até já!

- Arrete, que tu tombes Áná. Não faças isso, que cais daí a baixo!

segunda-feira, agosto 01, 2005

Foi um acidente muito grande!

E o senhor ficou perplexo da cintura para baixo!