O comportamento do “
tuga bidonville” a fazer compras, quando em viagem de férias ao estrangeiro, é digno de um programa BBC Vida Selvagem, com a fantástica locução de Eduardo Rego, e traduzido para todas as línguas.
É compulsivo. Compra tudo quanto é
recuerdo. Para a o pai, a mãe, os irmãos, a prima, os colegas, a porteira, a vizinha do 5º esquerdo e a do direito, para não haver chatices, o canário, o periquito. Todos. Compra tudo, como se não houvesse amanhã.
-
Compra lá isso! Quanto é que isso custa? 300 paus? Leva lá isso. Olha, leva dois. Fica um para aquele puto da oficina que me desenrascou na semana passada com o “mija-mija” entupido.
Chega a estar às horas a regatear os preços. Que só compra se for por aquilo que quer, mesmo que esse valor seja o equivalente a uns míseros “
sétimos” na nossa moeda. Fechado o negócio sente-se, inevitavelmente rei, por uma semana, no máximo 15 dias:
-Vistes como lhe dei a volta? Vendeu ou não vendeu ao preço que eu queria? Cá comigo é assim!
E, depois, vistas bem as coisas, pagou 5 “
aéreos” por um fósforo já aceso, ou o que isso representa em artesanato....
Deixando a estória continuar, que isto já não tem a ver com compras, mas vai aqui lindamente....
No aeroporto, o “
tuga bidonville” topa-se a léguas.
Na fila para o
check-in tem 7 ou 8 sacos (onde vão os
recurdos), para além das maletas
Louis Vuitton, da Feira de Carcavelos, onde segue a roupita, toda quanta existisse nos armários, não fosse o diabo tecê-las: -
Pele verdadeira, esta! Grande compra. E baratas.É aquele que, alto e bom som, conta todas as aventuras dos dias passados ao casal que está à sua frente na fila mesmo que não os conheça de parte nenhuma.
É, também, aquele que refila alto e bom, aos sete ventos e outros mais que por aí soprem, quando é informado que a partida sofreu um atraso: -
Ainda falam mal de Portugal! Onde é que isto já se viu! No entanto, rentabiliza a debandada geral dos restantes passageiros para se posicionar junto à porta de embarque, por forma a garantir que todos os seus preciosos recuerdos cabem nos cacifos, por cima dos 4 ou 5 bancos nas imediações do seu lugar no avião.
E, agora, batam palmas, que estamos a aterrar!