Alguém tem um saquinho de paciência que me empreste?

Este tótó leva o ano a imprimir coisas da internet. Tudo e mais alguma coisa: o que lhe interessa, o que lhe pode interessar, o que provavelmente um dia lhe dará jeito, o que eventualmente pode, numa hipótese remota, muito, ser de alguma utilidade...

Vai enchendo a mesa, os armários, de tal forma que para acender a luz tenho que lhe desviar os livros! Sim, porque também encaderna tudo!

Hoje, não tem nada para fazer, porque pede aos outros que trabalhem por ele, anda aqui, de um lado para o outro, abre armário, tira papéis, põe livros, fecha armário, abre gavetas, tira livros, fecha gavetas.....

E o cúmulo..... não me deixa trabalhar!

- Vê lá se queres isto para alguma coisa?
- Eu? Não, engenheiro, obrigada! Isso não tem nada a ver com o meu trabalho!, respondo-lhe, com os últimos pós de paciência que ainda me restam!
- “Poi”, mas podia ser que quisesses..... que te interessasse....

Esta pergunta repetiu-se para aí uma 30 vezes – sem exagero – durante toda a manhã!


Numa das últimas vezes... não me contive.... e perguntei-lhe:

- Engenheiro, não me leve a mal, mas se não quer essas coisas porque é que gasta tanto papel e tinteiros a imprimir isso?
- “Poi” às vezes pode dar jeito....

É da minha cabeça ou isto não faz sentido nenhum?????? Ora, se pode dar jeito não deita fora, digo eu, ou não é? É que não percebo mesmo isto!

E antes de sair para almoçar, olha para mim e remata:

- Já tou mais aliviado, pá, arre.....!

Não, não disse nada! Pelo canto do olho não consegui notar nenhuma diferença na mesa e nos armários.....o que quer dizer que a tarde se vislumbra igual à manhã! Fiz-me muito embrenhada naquilo que estava a escrever e fingi que nem o ouvi!

Eu até nem tinha nada para escrever....., mas este senhor, apesar de boa pessoa, tira-me do sério!