Cluedo, para principiantes em golpes palacianos! Afinal, quem matou o mordomo?
Era uma vez, lá num reino distante, num castelo de reis, rainhas, príncipes e princesas...... calma lá.... reis e rainhas.....tudo no mesmo palácio..... que promiscuidade..... vou recomeçar!
Era uma vez, lá num reino distante, um castelo onde tudo era felicidade. O rei governava como lhe era possível, tentando agradar a todos. Tinha os seus ministros, que lidavam directamente com o povo e eram bem acolhidos, até o ministro dos impostos.
Do seu casamento com a rainha, um amor de juventude tornado realidade, nasceram três filhas: a princesa Abracadabra, a princesa Fiona e a princesa Caracolinhos. Pode parecer estranho não haver nenhum príncipe, por causa da sucessão. Mas o rei tinha tudo bem tratado. O mordomo, em segredo, tinha sido incumbido de decidir das três princesas, qual seria a mais apta para subir ao trono após a sua morte. Isto, apesar de supostamente ser um segredo, chegou ao conhecimento das herdeiras do rei, o que provocou alguma celeuma, pois rapidamente uma delas começou uma luta desmedida pela sucessão.
Abracadabra era um bocadinho trapalhona, mas cumpria sempre as suas obrigações de princesa. Podia escolher o caminho menos próprio, mas o objectivo era sempre alcançado e, na maior parte das vezes o resultado era satisfatório. E, se casos houvesse em que o fim fosse desvirtuado, Abracadabra era a primeira a penitenciar-se perante o rei e prometer não repetir a proeza.
Fiona era espalha brasas. Chegava tarde aos compromissos, mas fazia por mostrar-se muito competente. Sempre rodeada de milhares de papéis, emitia pareceres e opiniões sempre com o grau absoluto de quem sabe do que está a falar. Os objectivos eram alcançados, algumas das vezes, mesmo que para isso tivesse que sacrificar alguns dos seus colaboradores mais próximos, deixando-lhes, perante o rei, o pesado ónus da culpa.
Caracolinhos passava despercebida. Desenvolvia o seu trabalho, em condições adversas ou propícias. Os objectivos eram sempre alcançados. Se não conseguisse atingir o fim pretendido assumia para si as responsabilidades, sem qualquer hesitação.
Um belo dia, porque nas histórias de reis e princesas tudo acontece num belo dia, o rei adoece e a sucessão começa a vislumbrar-se cada vez mais próxima.
A princesa mais interessada na sucessão faz de tudo para convencer o mordomo a escolhê-la. Diz-lhe que o seu trabalho é muito importante e que lhe deu uma experiência que nenhuma das suas irmãs irá, jamais ter. Imune aos argumentos, o mordomo, mantém a distância e faz por ignorar a pressão da princesa.
Supondo a concretização do seu sonho, a princesa opta por outra estratégia – fazer-se passar por vítima das circunstâncias, dizendo que o seu trabalho a absorve tanto que não tem o tempo que gostaria para dedicar ao rei. O mordomo continua a ignorar.
A princesa continuou, por vários dias, a sua argumentação junto do mordomo, sempre sem resultados, até ao dia em que já não era preciso argumentar mais. O mordomo tinha sido assassinado.
E a pergunta óbvia é: qual das princesas matou o mordomo?
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